19.7.10

11

O meu mal jeito de viver me deixou onde estou agora: estagnada no tempo, alheia ao espaço, parada em frente ao espelho! No meu reflexo refletido não me reconheço, parece outrém que um dia sorria com os olhos, mas que agora chora com a boca.

Sigur Rós

Minhas vistas cansadas não enxergam da mesma forma que antes, os olhos são os mesmos, mas a forma de olhar é diferente. Tudo está de cabeça para baixo, não vejo mais alegria, não vejo mais beleza na vida, não vejo mais cor no mundo, não vejo mais os rostos que gostava tanto de ver todos os dias, não vejo nem onde estou...


Acho que me confundi, devo estar cega e tudo o que eu acho que vejo é o que a minha alma projeta através da consciência.

7.7.10

As borboletas no estômago sempre morrem...sempre.

20.4.10

(...)

Ontem tentei ver o sol.
Não era um sol qualquer, não era uma cor qualquer, nem um dia qualquer.
O sol estava grande e imponente, a cor era alaranjada e pela vidraça das janelas dos prédios era possível ver o tamanho da intensidade daquela luz, o dia estava meio triste e morno, me sentia em plena distração e agonia.
Na selva de pedra, com milhares de edifícios em volta, o meu vislumbre daquele pôr-do-sol durou apenas 2 segundos, tentei olhar através de carros e colinas, areia e pó, mas tudo foi em vão.
Por alguns segundos foi como se eu tivesse visto a famosa 'luz no fim do túnel', quis me agarrar ao laranja como se fosse uma corda muito resistente pra me tirar do poço, pra me puxar de volta à vida, pra devolver ar aos meus pulmões. Por 2 segundos senti o primeiro sopro voltar ao meu corpo e logo em seguida me abandonar de novo, me largar sozinha em meio a tanto breu e morfina.
Acho que a felicidade pode ser assim, quando ela vem dura 2 segundos e depois nos abandona, assim como uma mãe abandona o filho, pelo menos pra mim é assim.
Mas não tem importância, do meu jeito sou feliz na tristeza, somos ligadas e e unidas há muito tempo, meu laranja está nas lágrimas e agulhadas. Me contento em voltar a viver por 2 segundos, melhor do que nada, tento pensar, melhor do que não ter tido esses 2 segundos, melhor do que chorar sem o laranja, melhor do que morrer sem sugar o sopro.

(...)

12.4.10

Quel que soit le coût

Cansei de dramas melodramáticos!
Cansei de fingir ser uma coisa que não sou!
Cansei de me privar de experiências que me fazem bem!
Cansei de pensar mais nos outros do que em mim mesma!
Cansei de amar quem não me ama!
Cansei de me preocupar com o que é desnecessário!
Cansei de viver uma vida que querem que eu viva e não a vida que EU quero viver!
Cansei de guardar minhas opiniões!
Cansei de ter minhas asas cortadas!

Decidi dizer adeus e continuar caminhando sozinha como uma ovelha desgarrada.

6.4.10

18h49

No metrô uma menina chorava.
Pensei o que poderia ter acarretado tantas lágrimas e visível dor.
Rosto vermelho, olhos inchados e coração apertado.
As águas que escorriam pelo rosto da alma triste condiziam com o tempo chuvoso e frio, havia chuva e vento dentro e fora do mundo daquela garota.
O olhar dela se cruzou com o meu...acho que sentiu vergonha ou espanto, porque logo em seguida desviou os olhos bruscamente.
Mas eu não consiguia não olhar para ela.
Não sei se foram as lágrimas tão puras e claras ou se foram os olhos tão profundos e bravios, mas algo prendia minha atenção a ela ao ponto de ficar completamente hipnotizado por aquele ser que parecia utópico.
As lágrimas continuavam a escorrer e quanto mais ela chorava mais encantadora e limpa se tornava!

O metrô chegou em mais uma estação, antes de descer ela olha para mim mais uma vez, meu coração bateu mais forte, fiquei surpreso.
Sem expressão alguma, nem nos olhos nem no rosto, a garota parte enfim.
Parecia que um buraco havia se fomado em meu peito, me liguei a ela de uma forma que não sei explicar, não sei medir, nem contar.
Só sei que era surreal e eu a queria como um enfermo quer cura!


Como se tivesse acordado de um sonho vi que chegara ao meu ponto de descida.
Dei de ombros e parti, deixando para trás minha alma que escorreu junto com as lágrimas daquela garota em meus sonhos.

20.3.10

2 de 1

Parecia cena de filme.
Tudo era visto de cima, do alto, de fora.
Os protagonistas representavam contradições, desejos, súplica.
As falas mal decoradas e bem ditas reverteram o instante inicial.
A calmaria foi substituída e inundada por um rio negro, cuja acidez percorria o fluxo sanguíneo e feria os sentimentos mais puros.
Segundos foram suficientes para mudar o roteiro do filme inteiro.
O Diretor olha enviesado e percebe que não há mais jeito, a cena foi feita, papel cumprido, sentimento de culpa e raiva amiga da frustração.
Os atores partem, um para a luz, outro para a escuridão.
O da luz chora e sente repulsa.
O da escuridão chora e não sente mais nada.
Os papéis foram executados com perfeição.
Uma nota de 10 pagou o cachê.
Os atores partem.
O da luz vai embora e olha o céu.
O da escuridão acende um cigarro e abraça a morte.

10.2.10

10

A alegria que eu sinto parece não ser minha!
Não sei de onde veio, como veio, quando veio ou porque veio.
Se essa alegria veio de alguém, do além ou pelo amém, eu não sei.

Só sei que é calma e me renova.

15.1.10

Será?

Hoje posso dizer que me sinto feliz! (apesar dos pesares)
Com uma certa estranheza eu percebo que não sinto vontade de chorar, isso é novidade pra mim, estava acostumada às pontadas no coração.
Só espero que dessa vez essa alegria dure um pouco mais do que o normal.

Felicidade e Esperança, sejam bem vindas à minha vida!

13.1.10

Queria tanto poder arrancar esse sentimento e essa sensação de dentro de mim!
Tudo isso tem me consumido, me cegado e me enlouquecido!

A pergunta que eu sempre me faço é: POR QUE?!

Por que isso não passa?
Por que não consigo mudar o que sinto?
Por que o utópico não me larga?
Por que o passado me persegue?
Por que meu coração insiste tanto?
Por que não esqueço nunca?
...

Acho que vou morrer com tantas perguntas ou morrer antes de conseguir as respostas.

11.1.10

sentimento

"Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só..."

Florbela Espanca


Isso resume BEM o que eu sinto/penso/vivo.
Grande Florbela!

10.1.10

Andar ou parar?

Que vontade imensa de matar essa dor que eu sinto!
É uma vontade de querer acabar com tudo aquilo que me sufoca, me provoca e insiste em vir contra a minha direção.
É uma vontade de querer calar a voz que não para de confundir meus pensamentos, é uma voz que vem dentro de mim, do meu eu mais profundo e triste.
É uma vontade de querer me entregar de uma vez, de voar, de pular de um penhasco ou simplismente de plantar uma flor.
É uma vontade de querer deixar crescer o amor e podar a dor.

Vontades passam, algumas não passam nunca em mim, permanecem aqui, fincadas como uma praga que crescem a cada dia e que aos poucos dominam todo o meu fraco e pequeno jardim.
Por fim, desisto.
Cansei de andar para trás, resolvi parar e deixar qualquer coisa crescer em mim.

7.1.10

CONFISSÃO

Confesso que não consigo me entender, não consigo calcular a lógica dos meus pensamentos e sofrimentos.
Confesso que sofro pelos outros, sinto, choro e sorrio o sentir, o chorar e o sorrir das pessoas quem estam à minha volta, das pessoas que eu amo.
Confesso que odeio fazer alguém sofrer e prefiro mil vezes sofrer no lugar daqueles que eu magoo.
Confesso que gostaria de ser mais simples, de olhar o mundo com mais simplicidade.
Confesso que queria me sentir completa, sã e feliz de verdade.
Confesso que não queria sentir o que eu estou sentindo nesse exato momento! É um sentimento que remete à injustiça, ao egoísmo, à confusão, à fusão de pensamentos, ao desespero, à angústia, à questionamentos e por fim remete ao meu eu verdadeiro.
Tudo isso me faz olhar pra dentro do meu eu mais profundo e passo a me perguntar quem sou eu de verdade!
Será que eu sou aquela egoísta que faz os outros sofrerem? Será que eu sou aquela que faz de tudo por quem ama? Será que sou aquela que olha pro mundo, se revolta, mas se entristece por saber que um simples gesto não pode mudar tudo o que há de ruim?

Percebo que não adianta eu querer me classificar, muito menos me entender.
Eu sou todas e tudo em uma só, tenho todos os sentimentos dentro de mim.
Às vezes me revolto, choro e sangro, mas também enxergo, sorrio e voo.

Sei que preciso continuar vivendo, mas antes de voltar aos meus pensamentos e questionamentos vou dar uma parada pra tomar uma água!