20.3.10

2 de 1

Parecia cena de filme.
Tudo era visto de cima, do alto, de fora.
Os protagonistas representavam contradições, desejos, súplica.
As falas mal decoradas e bem ditas reverteram o instante inicial.
A calmaria foi substituída e inundada por um rio negro, cuja acidez percorria o fluxo sanguíneo e feria os sentimentos mais puros.
Segundos foram suficientes para mudar o roteiro do filme inteiro.
O Diretor olha enviesado e percebe que não há mais jeito, a cena foi feita, papel cumprido, sentimento de culpa e raiva amiga da frustração.
Os atores partem, um para a luz, outro para a escuridão.
O da luz chora e sente repulsa.
O da escuridão chora e não sente mais nada.
Os papéis foram executados com perfeição.
Uma nota de 10 pagou o cachê.
Os atores partem.
O da luz vai embora e olha o céu.
O da escuridão acende um cigarro e abraça a morte.

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